terça-feira, 10 de novembro de 2009

Once upon a time ... ♥

- Porcaria! - Resmunguei enquanto mexia e remexia nos flocos crocantes de chocolate boiando lentamente no leite. - Hunf! - Remunguei outra vez. Eu estava brava porque não queria ir a escola no último dia de aula, ora, pra que ? Nunca vi nenhuma serventia em ir a escola no último dia. Eu podia estar dormindo, mas nããão.
- Tchau, mamãe! - Falei enquanto beijava sua bochexa.
Meus passos pesados e rápidos percorriam o chão da calçada rapidamente enquanto meus pensamentos voavam livremente.
- Mynn! Peraí! Que pressa é essa?
- Han? - Fui acordada pela minha amiga Hallet. - Ah, oi, Hallet. Tudo bem? Por que não ficou em casa hoje?
- Bem, eu queria vir. Achei que você fosse e eu queria me despedir do resto da turma que aparecer hoje.
- Até da Martha? - Eu ri alto. Martha é uma garota fresca, a vilã da minha história, entende?
- Eu hein, que isso. - ela riu também.
Estavamos nos aproximando da rampa de entrada quando ouvimos um grito vindo de atrás de nós. Me virei.
- AH MINHA NOSSA! - Hallet gritou. Um garotinho estava no topo de uma árvore alta que havia no jardim da frente da escola.
-Han... Ei calma aí garoto. Vamos te tirar dai! - Gritei, enquanto ele berrava do alto.
Corri até a porta da escola. Mexi com força na maçaneta.
- Droga! Trancada! - Olhei para os lados procurando qualquer coisa alta o suficiente para tirar o menino da árvore. - Ará! A escada. Hallet, me ajude aqui!
Pelo canto do olho avistei Paul correndo na nossa direção.
- O que está acontecendo aqui? -ele falou.
- Olhe pra cima! - Ele levantou a cabeça e arregalou os olhos. Hallet me ajudou com a escada. Coloquei ela perto dos galhos e fui subindo.
- Não! Vocês está louca, Mynn? Eu subo! Desce logo daí! - Paul falou.
- Precisamos tirá-lo dai! E eu vou subir!
Ele me puxou pela cintura e me jogou num arbusto em forma de pássaro.
Quando Paul estava prestes a pegar o menino, a escada se movimentou, levando ele para trás.
- Paul! - Eu e Hallet gritamos juntas. Corremos e pegamos a escada com força suficiente para não bater nos corrimões da rampa. Paul, pindurado por só um braço na escada, suava friamente, com os cabelos revoltados, sem seu boné.
- Você está bem? - Hallet perguntou.
- Acho que sim, mas precisamos tirar ele dali. - Paul apontou para o garoto chorando e gritando no topo da árvore enquanto colocava seu boné.
- Tudo aconteceu tão rápido! Eu vou dessa vez! - Falei.
- Mynn...
- Não, não comece com suas baboseiras de sempre Paul! Fique quieto no seu canto e me deixe em paz! - Falei, ferozmente.
Encaixei a escada no lugar, mais firme. Comecei a subir lentamente, me segurando com força.
- Aí está você. Vem, garotinho, se empulere nas minhas costas, rápido!
O menininho pulou para minhas costas com os olhos e o nariz vermelho.

- Como subiu lá? - Paul perguntou.
- Eu... HIC... estava sentado ali na ... Hic, calçada e veio um HIC, vento e quando abri os olhos eu... HIC ... estava no HIC, topo da HIC, árvore-e-ee... - O menino disse e começou a chorar de novo.
- Calma, menino. Você já está bem e aqui no chão. Não se preocupe nem precisa chorar. E, qual seu nome mesmo?
- Kauan... HIC.
- Ah, vejam! A diretora está chegando. Hallet, vamos explicar a ela o que houve.
- Sim. Paul, não se mexa.
Contamos tudo oque aconteceu para srtª Simplee. Ela pegou seu pequeno celular, discou algumas teclas e chamou uma ambulância.
- Calminha, Hallet e Mynn, o socorro já vai vir buscar o Kauan para ele ficar melhor e mais calmo. Agora vou abrir o colégio e vou telefonar para a mãe dele. Com liçença e obrigada por avisarem.
Alguns minutos a ambulância chegou e três homens de branco colocaram Kauan em uma maca. Kauan acenou e foi colocado dentro da ambulância junto com sua mãe que estava desesperada.
- Pobre garotinho. - Sussurei.
- É... - Paul concordou.

- Sr. Sullivan! Por que está em cima da classe ?
- Eu? Ah não, professora, eu só... am, subi para... Enxergar melhor o quadro!
- Ah ,sério? Bom como é último dia de aula, nada de castigos. Sente-se e copie quietamente.
Hallet e eu rimos. Estávamos na verdade vendo que conseguiu acertar e prender uma bolinha de papel no ventilador, e , certamente, era a vez de Paul.
Alguns minutos e bateu para o recreio. Nas escadas, uma correnteza forte de alunos descia ferozmente em direção ao pátio e atropelando e derrubando qualquer um que se metesse em sua frente.
Hallet e eu fomos em direção a uns negócinhos que nos penduramos durante todo o ano, em todos os recreios. Paul foi no refeitório buscar um cachorro-quente.
- Vou virar. Você vai? - perguntei á Hallet.
- Não... talves. - Hallet subiu em cima do negócio vermelho, e logo estava de ponta cabeça. Fiz o mesmo.
- Ah, delícia! - veio Paul, elogiando o hot-dog. - Quem quer uma bala?
- Eu! - Falei enquanto ficava de pé. Paul jogou uma bala de café e uma laranjinha mastigável. Jogou uma de café e uma roxa para Hallet.
- A de morango é minha, RÁ! - ele falou e riu. Logo ouvimos a voz da diretora nas caixas de som.
- " Olá, alunos. Devo informar que o aluno Kauan Bellen está em ótimas condições acompanhando da mãe e do pai no hospital municipal. Ele ficará bem e só está um pouco assutado. Não há com o que se preocupar! Bom dia." - E desligou, voltando á música.
- Eu hein, que coisa. - Hallet disse - Como ele foi parar lá? Um vento não pode ter feito isso!
- Sei lá, vai vê veio um pássaro gigante e levou ele para seu ninho invisível.
Andei até Paul e bati em sua cabeça.
- Seu tosco. - falei, Hallet revirou os olhos.
Logo o sinal tocou. Entramos para a sala de aula.- Bom dia, alunos. - A professora de artes falou. - Hoje vamos começar com um desenho que revelará o que você fará durante suas férias, assim que terminarem, estão dispensados e até o ano que vem.A turma gritou de alegria.- Shhhhh!!! - a professora falou.Peguei meus lápis de cor na mochila e comecei a pintar uma floresta encantada, com Fadas, Unicórnios e outras criaturas místicas e mágicas. Terminei com um pequeno riacho ladeando a frente do meu desenho. Depois pintei tudo.- Paul, cadê meu celular? - Hallet gritou.- E eu vou saber?- Inútil! - Ela bateu no ombro dele. - perdeu meu celular novo!- Hallet, está em cima do seu estojo. - falei.- Ah, obrigada! Desculpe, Paul. - Ela se sentou.- Me empresta ele enquanto a profi nao volta?- Pegue.Peguei o celular da Hallet, entrei em vários sites, li as mensagens, vi as fotos, tirei fotos, fiz vídeos. Bisbilhotei pra caramba.- Alguém ja terminou ? - Eu levantei a mão - Muito bem, Mynn, por que não explica aos seus poucos colegas oque diz?Me levantei e andei até a frente do quadro.- Bem, meu desenho é sobre férias mágicas, um lugar encantado, uma floresta. Onde todos os seus sonhos e desejos mais puros iram se realizar, é só acreditar e manter a fé e a confiança em si mesmo.- Lindo, lindo! Agora me entregue, e já está dispensada. Boas férias na sua floresta mágica!- Aff! HAHAHAHAHHA, que idiotisse! Uiiiii, ela acredita que seus desejos idiotas vão se realizar! Que poodre. - Martha gritou do fundo da sala.- Olha Martha, pode debochar, eu não estou nem aí. E boa recuperação pra você! - falei, com sarcasmo.- Eu não peguei recuperação! E se peguei não te interessa!- Uhhhhhhhh! - a turma gritou.- Então não se meta comigo, não fale dos meus desenhos nem de mim porque esse teu tá muito pior. Esse barco mais parece um poço!Então foi aí que, um apagador voou na minha cabeça.- Ai! Então é assim? Toma! - Peguei um vidro de tinta verde e jogou em seus lindos cabelos louros avermelhados e brilhantes.- Ora... sua! Meu cabelo! Argh ! Você vai ver!- Mynn! Mynn! O pó de giz! - Hallet gritou enquanto Paul se matava de rir.Dei um passe para frente, limpei o cabelo. Coloquei a mão na caixa de giz, e virei tudo para ela. Ficou uma montanha de pó.- Não se atreva... - Cheguei mais perto de Martha e... FUUU, soprei o pó na cara dela. Eu nunca gostei muito de pegar giz porque as mãos ficam sujas, mas essa é uma hora em que eu agradeci por ele existir. A professora de artes chegou e olhou.- O que significa isso? Lá pra baixo, já! - ela gritou furiosa.A diretora perguntou o por quê de tudo aquilo, enquanto nos servia de cafézinho e balas, muito, muito estranho.- Ela começou! - Martha apontou para mim.- Eu? Ará, querida. Você disse que meu desenho era feio e me tacou um apagador!- Você derramou tinta em mim e no meu desenho, depois debochou!- MENTIROSA!- FALSA!- LOIRA OXIGENADA!- Retire oque disse!- CHEGA, CHEGA MENINAS! CHEEEEGA! - a srtª Simplee disse. - Professora, mande um aluno que viu tudo descer.- Sim senhora.Algum tempo depois, a professora trouxe - para minha sorte - Paul; Paul explicou tudo oque aconteceu.- Mynn, vá se limpar. Martha, limpe a sujeira que vocês fizeram.- O quê ? Eu?- Sim, você! Sua idiota! - Paul gritou. - Você devia ir pra marte e ficar lá para sempre! Não devia mais incomodar a Mynn nem ninguém! Sua fedorenta!- Seu pivetezinho infantil! Se ferre! - Martha disse, e saiu, com a vassoura, esnobando o resto de nós.- Estão liberados, boas férias ;D .- Obrigada, srtª Simplee. Igualmente. - Eu e Paul dissemos. Peguei minha mochila, limpei meu cabelo e saí alguns minutos depois do que o resto das turmas.Paul estava lá, com a Hallet, os dois sentados no murinho da escola, perto da rampa.- O que estão fazendo? - eu disse.- Te esperando, oras! Queríamos lhe desejar um verão perfeito! - Hallet disse. Paul revirou os olhos e riu. Hallet correu ao meu encontro e me abraçou.- Que você tenha um verão peeeeerfeitãão! Até mais! - Hallet disse, depois abraçou Paul e foi embora, abanando com um sorriso.Eu ri.Paul se aproximou.- Obrigada, por me defender. - Eu falei.- É pra isso quer servem os amigos, não é mesmo? - ele falou.- É... - falei, rindo.- Então, boas férias.- Pra você o mesm...Não terminei de dizer a frase e Paul me deu um beijo de leve.Olhei para ele, incrédula.- Até mais. - ele foi embora, devagar. Com as mãos nos bolsos, sorrindo. O jeito de Paul.Eu fiquei parada ali, sozinha, vendo ele se afastar. - Acho que ele bateu a cabeça... - eu falei, depois eu ri. Dei meia volta e tonta, fui caminhando lentamente cambaleando para casa, sorrindo, e muito feliz. O mistério do Kauan e do vento, ah, isso que ficasse para mais tarde, agora era hora de aproveitar. As férias estavam finalmente começando.



2 comentários:

Carol Oliveira disse...

OMG, Que texto mais PERFEITOOO, Camila!
Eu amei muito muito muito, sérião *-*

Aaah, escreve mais vai ;)
Eu ia gostar de ler, HUAHSUHSAUHSA

Weird-on-the-Net disse...

EU-ADORO-TEXTOS-AMADORES-DE-ADOLESCENTES!

Continue escrevendo,tá?;D